terça-feira, 4 de agosto de 2009

Eu sempre fui assim!

Algumas coisas não mudam. Simples assim. Passam-se segundos, minutos, horas, dias, anos, séculos e certas coisas teimam em não mudar. Eu sou uma delas. Aliás, eu mudo! Mas preciso levar muito na cara antes de tomar alguma atitude. Há dois anos que pinto a unha da mesma cor, alternando apenas o tom de vermelho. Meu corte de cabelo é o mesmo desde o Natal. “Ah, mas foram apenas sete meses”, alguém provavelmente pensaria. Que nada! Eu mudava de corte todo mês. Ainda tenho mania de fazer cachinhos em todo cabelo que pego. Não gosto do meu pai, mas ainda consigo conviver bem. Minha psicóloga acha que não tenho problema algum, mas minha mãe insiste que tenho um “ódio interior da minha família que um dia vai me levar a loucura”. Eu ainda não gosto dela. A família. Nunca gostei.

Eu ainda não sei me prender a lugares, mas consigo me prender à pessoas de uma maneira extraordinária. Ainda confio em tudo mundo. Ainda acho que todos são meus amigos até que preciso deles e não os vejo. Ainda acredito em cada vírgula que me falam mesmo quando a falta de sinceridade está gritando. Ainda sou a amiga que apóia. Ainda preciso de certeza para guiar meus passos, mas ainda mudo de rumo num piscar de olhos.

Eu disse tudo isso para mostrar que por mais que eu tente mudar, certas coisas não mudam. Mas por mais que certas coisas não mudem, eu preciso mudar. Sempre. Para crescer, para ser melhor para mim e para os outros. Então, não vem dizer que eu mudei, que não era assim, que você não me conheceu assim. Você me conheceu assim. A única diferença é que eu não te amo mais, não te quero mais e não acredito no que você diz. Não encho o chão que você passa de flores, nem atraso minha vida por você. Não te quero mais. Não quero que você me ligue. Quero que você me esqueça e siga com sua vida. Como eu fiz. Mas antes de ir, prometa que não vai fazer com outra pessoa o que você fez comigo. Não repita seus erros. Eu juntei e colei todos os pedacinhos que você espalhou. Estou aqui inteira, mais forte que nunca. Quero uma nova história de amor. Querendo fazer alguém muito feliz. Esse alguém não é você. Não mais. Vai embora e me deixa em paz. Isso não é amor. Como diz aquela cantiga de criança: “O anel que tu me deste: era vidro e se quebrou".








Obs: Texto escrito em maio de 2008, mas que ainda é um dos favoritos.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009


Encerrando ciclos.
Matando expectativas.
Mudando alguns pensamentos.
Lavando alma e coração.

domingo, 26 de julho de 2009


Cada expectativa que eu arrancava só servia para compensar as expectativas que você arrancou de mim. E de tanto esperar por algo que eu nunca me conformei, de um jeito louco eu vi meus sonhos ressucitarem, como a surpresa de ver um morto se levantar do caixão. A noite já estava na metade quando li uma verdade que parecia se fantasiar de mentira, li a minha alegria voltar. Sorri pro espelho do armário, testei as molas do colchão, gritei sem som e mordi o travesseiro tentando conter a felicidade, mas eu queria mastigá-la, engolí-la e devorar tudo o que de ausente me deixou vazia por tanto tempo. Ah! Só que a vida é irônia, tem um sorriso tão sarcástico e se veste de palhaço para nos entreter até mesmo com o fim do nosso próprio amor. Porque dois dias que passaram, quarenta e oito horas, um par de voltas da Terra nela mesma, virou o meu mundo todo do avesso ou de ponta cabeça, invertendo os nossos papéis e adormecendo aos poucos o que se manteve tão desperto aqui dentro. Fiquei semanas brincando de bumerangue com as coisas que eu sentia, e algum poder seu, aliado ao vento sempre te trazia de volta pra mim. Mas de tanto jogar a céu aberto, alguém viu, passou por nós, no meio da nossa distância e pegou tudo o que eu sentia para si, no ar, em pleno vôo. Então me assustei e ainda me assusto porque o que eu senti por você não quer voltar. Eu perdi o que senti por você e eu sinto muito por isso. Confesso que deixei a porta destrancada para que tudo fugisse, confesso que fingi não ver tudo correr de mim. Não fui atrás. Em todo o caso, eu coloquei fogo em todos os planos que rabisquei no meu cérebro. Rasguei a nossa cama, as nossas despesas no supermercado, a pizza com duas cocas ao chão da sala do nosso apartamento. Apaguei nosso futuro verde e rosa. Depois ainda desenterrei de debaixo dos meus pés todo o sofrimento abarrotado no fundo da onde eu escondo o que quero esquecer, nunca te coloquei lá dentro e sei que mesmo se os nossos narizes tivessem olhos não conseguiriam ver logo embaixo deles que não somos da mesma espécie, que nossas mãos não se encaixam e que nossos pés jamais se encontrariam a noite. E esse mundinho dentro do meu quarto que você me ofereceu ficou tão menor e menos interessante depois que eu deixei a janela aberta. Com essa brisa de coragem que tomei no rosto, senti minhas pernas capazes de alcançar qualquer pessoa, em qualquer lugar.
'
Autora: Maya

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Liberar e libertar-se!


Hoje, lá para as tantas da madrugada, resolvi checar os dois milhões de trânsitos astrológicos que encheram meu e-mail. Entre os conselhos de sempre, um trecho chamou atenção. “Quais lições que preciso aprender para me relacionar melhor? Liberar e libertar-se.”. Isso ficou na minha cabeça durante o resto da madruga. Comecei a pensar que, talvez, esse seja o segredo das coisas, entende? Eu preciso aprender a deixar as coisas livres. Digo, Coisas e pessoas.

É breguinha, mas eu acho aquele pensamento muito verdadeiro. Como é mesmo? “Se voltar é porque conquistei”. Chega uma hora que tentar já não adianta, que a energia se esgota e temos que abrir mão daquilo por qual tanto lutamos. Seja um amor, um objeto... Eu abri mão de inúmeras coisas que jamais achei que fosse capaz. Abri mão da minha casa, da minha independência, do meu emprego... Eu acho que estou aprendendo a arte do desapego. Não por cansaço, peso. Aprendi para ser uma pessoa melhor. É! Ando pensando tanto em mim esses dias (Morra de orgulho, Marcela!). Quando falo “desapego”, quero dizer que preciso colocar na cabeça que eu não tenho o poder de salvar tudo, conquistar tudo e que bater na mesma tecla quando não se tem retorno é autodestruição! Eu juro que não tem nenhuma indireta nesse texto. Estou falando de coração e o melhor de tudo, estou falando de mim.

Quando terminei de ler esse trânsito resolvi dar uma olhada no meu perfil. Escorpião com ascendente em Capricórnio. Dei de cara com isso: E, de fato, sua força de vontade é incrível, e você tem o raro poder de começar do zero quando, onde e como quiser. Tenderá a passar por mil mortes numa só vida, precisando começar tudo de novo, mas em todas as vezes terá muita destreza e espírito de luta.”. Resolvi parar depois de ler esse trecho. Eu sou fraca para me meter em certas situações, mas sou suficientemente forte para sair. Vamos lá! É época de encerrar ciclos e crescer. Liberar e libertar-se. O resto é consequência.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

"Eu já conquistei, é meu"

Foto: Thammis Leal

Meu humor anda muito extremista pro meu gosto. Quando não está no fundo do poço, está tão alto quanto o céu. Que saco!

Bem, hoje eu estou um amor de pessoa. Sem ironias, certo? Acordei me sentindo absurdamente bem. E o melhor de tudo é que não há qualquer motivo para isso. Não que eu precise de motivo para sorrir, mas uma paz de espírito me atingiu de tal maneira que estou até com medo do que virá. Estou naquilo de “Está bom demais para ser verdades”. Pensando melhor, acho que sei o motivo dessa paz. Eu, finalmente, resolvi agir. Não estou falando de outras pessoas, ok? Resolvi fazer aquela faxina interna que me prometi há séculos. Parece que tirei o mundo das costas. Recomendo!

Minha vida finalmente está voltando ao rumo que estabeleci no começo do ano. Voltei minha mente para coisas importantes (vestibular, mudança, emprego) e ando ocupadinha tentando organizar minha vida, afinal, em novembro entro para a casa dos 20, né? O tempo passa rápido e eu tenho muita coisa para fazer.


“Foi então que uma coisa muito legal aconteceu, meu amigo Marcelo, que nunca fala nada, resolveu disparar a matraca naquele jantar. Cansado de me ver tentando ser feliz com pessoas que simplesmente não me faziam feliz, ele me disse: você faz ao contrário, você cisma que alguém é a pessoa da sua vida e tenta fazer dar certo de qualquer maneira, sendo que o certo era alguém simplesmente dar certo de qualquer maneira e aí sim você fazer a pessoa ser da sua vida. Eu não preciso controlar a vida, meus hormônios, meu futuro, os outros, minha felicidade. Eu só preciso levar a vida, eu só preciso desfocar do sonho que me deixa míope e enxergar além, ou melhor: enxergar o que está na minha cara. Ver o quanto o resto todo já é perfeito e está lá, eu já conquistei, é meu.” (Tati Bernardi)

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Lhulhu!


Eu não sou a pessoa mais fofa do mundo, mas hoje senti uma necessidade de te dizer o quanto eu te amo, Luciana. Eu sempre te apresento como “Lhulhu, o amor da minha vida”, mas acho que nunca cheguei a te dizer isso. Nunca te disse muita coisa. Nunca disse o quanto eu fico feliz por saber que você entrou na minha para nunca mais sair. Nunca disse o quanto eu fico aliviada quando você sabe que eu fiz besteira e joga isso na minha cara sabendo que preciso disso. Nunca disse o quanto eu preciso te abraçar algumas vezes e tenho vergonha de dizer. Nunca disse que sempre penso em você quando tomo vinho.

Nunca disse que eu não me imagino mais sem você. Nunca disse que é muito bom saber que posso contar com você para me segurar ou tentar aliviar minhas quedas. Nunca disse como é bom ficar de bobeira com você no MSN. Nunca disse como acho divertido quando você diz que eu sou a pessoa mais manhosa do mundo e me liga chorando por causa da TPM. Nunca disse que chorei escondida quando você foi embora. Nunca disse que chorei de felicidade quando você voltou. Nunca te agradeci por ter ido na minha despedida mesmo sem me conhecer. Nunca agradeci por sempre ficar ao meu lado, por me entender, me defender. Nunca disse que você entende melhor que ninguém.

Nossa breve conversa hoje me provou mil coisinhas. Você é para sempre, Lhulhu. Obrigada pelas palavras de carinho, pelos conselhos. Obrigada pelos gritos e puxões de orelha. Obrigada pelo ombro amigo. Obrigada por segurar minha mão sempre. Obrigada por salvar meu dia. Obrigada por tudo que você já fez por mim. Conta sempre comigo. Sempre, sempre! Vou cuidar muito bem desse meu coraçãozinho, pode deixar. Amiga, eu te amo. Muito.



'Na minha memória - já tão congestionada - e no meu coração - tão cheio de marcas e poços - você ocupa um dos lugares mais bonitos.'






Obs: Texto escrito dia 30/06/09, mas completamente atual.

terça-feira, 21 de julho de 2009


Chutando o amor com Snoopy!
Claro que eu (não) consigo. C L A R O (que não)!

(...) Quero dizer que você chegou e mudou tudo. Mudou as minhas voltas, meu humor, meu jeito que tratar desconhecidos, mudou muita coisa. Mas não me mudou. Continuo precisando saber onde estou pisando. Eu preciso disso para arriscar, entende? Não temos um contrato, mas combinamos que não seremos. Não sei bem o que, mas não seremos. Eu quero que você continue dando muitas voltas na minha vida, mas não as desfaça. Nunca mais. Relaxa! Não vou morrer de amores por você. Não agora. Posso colocar um post-it na sua carteira? Eu tento ser sua, quero ter razão quando digo que você é minha. Mas esbarro nos seus limites.





Obs: Último trecho de um texto enorme que, acredito plenamente, nunca será postando aqui.

segunda-feira, 20 de julho de 2009


Acho que quando eu digo que aprendi uma lição, quero dizer que aprendi a lidar com aquela pessoa e não com a situação em pauta. Deve ser isso mesmo. É isso ou sou a pessoa mais babaca do mundo. Prefiro ficar com a primeira opção.
Eu sempre me permito. Me permito sentir o que quiser, provar o que quiser, aprontar o que quiser e quase não me arrependo das coisas que eu faço ou do que digo, minha amiga. Você me conhece bem. Mas quero dizer que andei pesando e chegou a hora de mudar isso. Ok! Eu sei que você sempre me disse isso. Já passou da hora de mudar isso. Eu aprendi a lição, aprendi a lidar com as pessoas. Então por que eu ainda bato na mesma tecla? São tantas diretas e indiretas e eu ainda bato na mesma tecla. Já chega. Já deu. Cansei de ser aquela que faz tudo por duas pessoas. Ama por duas pessoas, cuida por duas pessoas, age por duas pessoas.
Amiga, eu não o que virá. Não sei para onde isso vai e, sinceramente, não quero saber. Vou deixar as coisas acontecerem em slow motion e naturalmente. É isso que eu mais quero: naturalidade. Tenho quase certeza que sei onde isso vai parar. Ou não. Não vou me dar ao luxo de passar meu dia pensando nisso. Fique feliz por isso. Eu não preciso ser assim. Está na hora de mudar, amiga. Eu não posso mudar tão rápido, por isso peço paciência. Obrigada pelo apoio e pelas verdades.
Sim, sei do meu desejo que ainda está aqui. Por quanto tempo é que ainda não sei. Espero que o suficiente.

sexta-feira, 3 de julho de 2009




Eu deveria cantar. Rolar de rir ou chorar, eu deveria, mas tinha desaprendido essas coisas. Talvez então pudesse acender uma vela, correr até a igreja da Consolação, rezar um Pai Nosso, uma Ave Maria e uma Glória ao Pai, tudo que eu lembrava, depois enfiar algum trocado, se tivesse, e nos últimos meses nunca, na caixa de metal "Para as Almas do Purgatório". Agradecer, pedir luz, como nos tempos em que tinha fé.

Bons tempos aqueles, pensei. Acendi um cigarro. E não tomei nenhuma dessas atitudes, dramáticas como se em algum canto houvesse sempre uma câmera cinematográfica à minha espreita. Ou Deus. Sem juiz nem platéia, sem close nem zoom, fiquei ali parado no começo da tarde escaldante de fevereiro, olhando o telefone que acabara e desligar. Nem sequer fiz o sinal da cruz ou levantei os olhos para o céu. O mínimo, suponho, que um sujeito tem a obrigação de fazer nesses casos, mesmo sem nenhuma fé, como se reagisse a uma espécie de reflexo condicionado místico.
Acontecera um milagre. Um milagre à toa, mas básico para quem, como eu, não tinha pais ricos, dinheiro aplicado, imóveis nem herança e apenas tentava viver sozinho numa cidade infernal como aquela que trepidava lá fora, além da janela ainda fechada do apartamento. nada muito sensacional, tipo recuperar de súbito a visão ou erguer-se da cadeira de rodas com o semblante beatificado e a leveza de quem pisa sobre as águas. Embora a miopia ficasse cada vez mais aguda e os joelhos tremessem com freqüência, não sabia se fome crônica ou pura tristeza, meus olhos e pernas ainda funcionavam razoavelmente. Outros órgãos, verdade, bem menos. Toquei o pescoço. E o cérebro, por exemplo.

Já chega, disse para mim mesmo, parado nu no meio da penumbra gosmenta do meio-dia. Pense nesse milagre, homem. Singelo, quase insignificante na sua simplicidade, o pequeno milagre capaz de trazer alguma paz àquela série de solavancos sem rumo nem ritmo que eu, com certa complacência e nenhuma originalidade, estava habituado a chamar de minha vida, tinha um nome. Chamava-se - um emprego.

Olhei minha cara no velho espelho riscado, as marcas que eu nem sabia mais se pertenciam ao vidro ou à pele, cumprimentei com uma curvatura de cabeça: "Muito bem, parabéns. Você agora tem um emprego". Mas não conseguia sentir nenhum calafrio de dignidade, nenhum frêmito de esperança que pudesse iluminar meus olhos vermelhos ou empurrar para fora meu fatigado peito onde - não queria lembrar, mas lembrei - há menos de uma semana descobrira o primeiro fio de cabelo branco. Suspirei.

Verdade que só um completo idiota ou alguém totalmente inexperiente sentiria, nem digo êxtase, mas qualquer espécie de animação por ter conseguido um trabalhinho de repórter no Diário da Cidade, talvez o pior jornal do mundo. Acho que ainda não tinha me transformado num idiota, não completamente pelo menos. E quanto à experiência - bem, aquela cara marcada, ainda inchada de sono, com barba de três dias, me observando por entre os risos do espelho, parecia tê-la de sobra. Tudo bem, disse a cara no espelho, já que você prefere mesmo confundir experiência com devastação... Suspirei outra vez. Não, querida cara, encher laudas e laudas nas máquinas de escrever daquele pasquim pré-informático certamente não era motivo para dar pulinhos.

Mas eu tinha que ficar contente. E quando você quer, você fica. Comecei a ficar. Afinal, aquele podia ser o primeiro passo para emergir do pântano de depressão e autopiedade onde refocilava há quase um ano. Gostei tanto da expressão pântano-de-depressão-&-etc. que quase procurei papel para anotá-la. Perdera o vício paranóico de imaginar estar sendo sempre filmado ou avaliado por um deus de olhos multifacetados, como os das moscas, mas não o de estar sendo escrito. Se fosse bailarino, talvez imaginasse estar constantemente, em qualquer movimento, sendo esculpido? Ah, cada gesto, uma verdadeira apologia estética da forma pura. Era engraçado. E bastante esquizofrênico. mas de repente o real tinha-se tornado bem menos retórico.

"Você começa hoje, cara" - dissera Castilhos no telefone. Com aquela voz no fundo da qual, para manter o velho hábito subliterário, eu poderia localizar algo que chamaria de áspera-ternura-cúmplice, mas na verdade não passava de excesso de nicotina e saco cheio: "e vê se não me faz cagada logo no primeiro dia, oquêi? Garanti pros homens que você é da pesada". Espantoso: na noite anterior eu fora dormir como um jornalista desempregado, endividado, amargo, solitário e desiludido de quase quarenta anos para acordar no dia seguinte, magicamente, com aquela voz do passado me comunicando pelo telefone que eu era - da pesada.

A partir de hoje, uma vida feita de fatos. Ação, movimento, dinamismo. A claquete bate. Deus vira mais uma página de seu infinito, chatíssimo roteiro. O escultor tira outra lasca do mármore. Coloquei água para fazer café, cogumelos branquicentos cresciam na umidade da cozinha. Simpáticos, até meio bucólicos. Liguei o rádio, entrei no chuveiro. O apartamento era tão pequeno que a gente podia fazer todas essas coisas praticamente ao mesmo tempo. Com uma das mãos, ensaboava a cabeça, com a outra controlava o volume do rádio na sala, enquanto estendia uma das pernas para apagar o fogo quando a água fervesse.

- Eia! Avante! Sus! - gritei embaixo da água gelada. Ai - pi - ai - ô, Silver

Enquanto ouvi no rádio uma música que parecia conhecida. Dizia qualquer coisa como "a realidade não importa, o que importa é a ilusão", no que eu concordava plenamente. Pelo menos nos últimos meses, não me acontecera nada além de fantasias. Mas a música que ressoava em algum porão da memória era antiga como um bolero, um fox, e o que saía do rádio agora era um desses rocks com baixo elétrico desesperados, percussão envenenada e sintetizadores histéricos. A voz da cantora lembrava vidro moído num liquidificador. De qualquer forma, pensei, a letra está certa. E todas as coisas que eu lembrava, ou achava que lembrava, porque de tanto lembrar delas acabara por transformá-las em mera - e péssima - literatura, já não importavam mais. O resto do último sabonete escorregou entre meus dedos. Era tão pequeno que desapareceu pelo ralo.


( Vagina Dentada - Caio Fernando Abreu )





Obs: Eu não esqueci o blog, certo? É que todos os textos que escrevi esses dias são pessoais demais para colocar aqui. Coisinhas que a gente escreve quando não quer falar sobre o assunto. Coisinhas que a gente escreve e não quer compartilhar. Vou tentar atualizar com frenquência. Prometo!


segunda-feira, 22 de junho de 2009

Paciência nunca foi meu forte. Aliás, paciência e simpatia. Sempre que encho saco de algo, ignoro. É como se nunca tivesse acontecido, como se nunca tivesse passado por aquilo. Sou chata mesmo. Impaciente mesmo. E não dou minha cara a tapa mesmo. Mas não queria ser assim com você. Não queria que fosse assim dessa vez. Queria poder olhar e saber que posso abraçar sem ser mal interpretada, saber que posso ser carinhosa sem metade dos seus (e por que não meus?) amigos achem que os sinos tocam quando te vejo. Não é bem assim. Chegou perto de ser, mas não é. Graças a Deus que não é. Então, antes de falar alguma coisa, pense direito. Antes de me ignorar, pense mais ainda. Porque não corro atrás, não me explico e muito menos vou encher o chão que você pisa de flores. Deixo registrado aqui que eu gosto de você. Carinho. Vontade de saber que está bem. Nem mais nem menos que isso.















Obs: A "inspiração" desse texto já sabe da existência dele, certo? Ela já sabe que é todinho dela (:

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Tati, meu amor, você sabe tudo!


Decidi que vou parar de lamentar amores. DEFINITIVAMENTE. Eu não sei onde estava com a cabeça quando me deixei levar por essa coisa tão fácil de sair. Além do mais, meus ex relacionamentos até deram um empurrão para que não caísse nessa, mas acho que sempre se precisa levar na cara, certo? Não prestaram mesmo e não valem como exemplo.




Eu tenho dezenove anos, sou até bonitinha, agradável, inteligente, pago minhas contas com meu dinheiro e sei me divertir. Ok! É raro me elogiar, mas hoje estou me amando de um jeito que você não tem noção. SERIOUSLY? Eu não preciso de dores de cabeça sem motivos concretos. Sofrer por antecipação? Faça-me o favor, Thammis! Eu queria escrever até o dedo doer, mas quero evitar que “energias negativas” (coloquem o nome que quiser, ok?) tirem minha felicidade. Postei um trecho da Tati Bernardi hoje no fotolog que define minha situação perfeitamente:

Quem diria. Ontem mesmo, conversando com vários amigos, eles me disseram que eu não mais parecia comigo. Eu pareço eu sim, mas vou ganhando o mundo quando abro algumas brechas da minha prisão. E de brecha, vou me ganhando também. E quase vira o estômago, mas sou tomada por uma fome boa que eu nem sei o nome. Talvez acreditar assim, sem medo, em algo descontrolado e de alguma forma justo. Durmo em paz. Tudo na hora certa. As coisas são como são. Além dos meus espinhos eu tenho também muitas flores. E que sim, eu posso ser amada. Porque não ter alguém agora, agarrado aos meus pés, não significa não ser um calo persistente até mesmo em solas curtidas e acostumadas com a corrida. Descubro coisas terríveis e maravilhosas a respeito do amor. As coisas são como são. E na hora certa. Como diria Milan Kundera “o amor começa por uma metáfora. Ou melhor: o amor começa no instante em que uma mulher se inscreve com uma palavra em nossa memória poética”. Como diria João Guimarães “o que é doideira às vezes pode ser a razão mais certa e de mais juízo”. Como diria ou gritaria ou uivaria Robert Plant “Com apenas uma palavra ela consegue o que veio buscar.? E ela está comprando uma escadaria para o paraíso”. As coisas são como são. Na hora certa. E foda-se.

Como são e a hora certa – Tati Bernardi







Um beijo!
“E eu, finalmente, deixei de ter pena de mim por estar sem você e passei a ter pena de você por estar sem mim. Coitada.”
Isso mesmo, Tati!
Tchauzinho! Vou curtir minha crise repentina de amor-próprio...

terça-feira, 9 de junho de 2009

Eu tentei, mas fizeram melhor




Vocês lembram que disse que tentaria escrever o texto “A duração da intenção” de um jeito mais impessoal? Infelizmente já tornaram aquele “tema” o mais impessoal e curto e grosso possível.


"A quadrilha

João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili que não amava ninguém. João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento, Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia, Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes que não tinha entrado na história.”




Obrigada, Carlos Drummond de Andrade!

















Obs: Ainda não estou apaixonada.



Desculpa! Não resisti (rs)
Qualquer dúvida leia o post anterior!

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Recadinho...

Hoje meu texto é para você que acha que me conhece. Desculpa dizer, mas você não me conhece, ok? Definitivamente. Falar comigo, me ter como contato no Orkut ou no MSN não é me conhecer. Então não venha dar uma de bola de cristal de vidente de quinta e “espalhar paixões” que não existem, ta?

No dia que me apaixonar juro que serei a primeira a espalhar, mas direi o nome da pessoa para quem eu quiser. É! Porque isso é interesse meu e dos meus amigos. Pessoa, não adianta olhar Orkut, Fotolog, AQUI e tirar de uma frase/trecho uma paixão que não existe. Pior ainda é tentar fazer maldades com isso. Fica feio único e exclusivamente para você. Quem me conhece sabe que sou a primeira a assumir e me resolvo direto com a pessoa. Isso você não sabia, né? Parabéns! Agora você me conhece -4%.

Não vou citar nomes e nem sei se a pessoa em questão lê isso aqui (deve ler, né? Se está tão preocupada com minha vida), mas quero que ela saiba que quando escrevo ou quero dizer algo para alguém, coloco coisinhas que só a tal pessoa vai entender. Isso é mais que suficiente para ela saber que é o motivo dos meus textos. Às vezes, ainda faço com que ela quebre a cabeça um pouco. Acho que você notou desde o primeiro parágrafo que esse texto é todinho seu. Parabéns! Agora você me conhece -3,5%. Quero dizer para quem acompanha o blog que assim que estiver apaixonada, escreverei um lindo texto declarando tudo. Seja ela correspondida ou não. O que me deixou possessa nessa história toda é a cara de pau de alguns. Tratar com carinho não significa ser apaixonada. Ser amável não significa ser apaixonada. Não sei você, mas eu faço questão de mimar e ser a melhor pessoa possível para meus amigos. Isso você também não sabia. Existem mil características minhas que você e muita gente não conhecem. Nem vão conhecer. Digo e repito: FALAR COMIGO NÃO É ME CONHECER!

















































(Esse texto deveria ter sido postado semana passada, mas quis deixar a campanha por mais tempo. Btw, depois posto sobre a doação que fiz hoje.)

sexta-feira, 5 de junho de 2009

http://www.doemedula.com/


Ontem fiquei sabendo através de uma amiga que em Recife mora uma menina que está precisando de toda ajuda possível. Aline tem 18 anos e foi diagnosticada com leucemia. Ela precisa urgentemente de um transplante de medula óssea. O maior problema que ela enfrenta além da falta de tempo, é a compatibilidade. 90% do seu corpo está comprometido pela leucemia. Com essa doença, ela estava com a imunidade muito baixa, e acabou também pegando uma infecção no pulmão. ELA ESTÁ PRECISANDO URGENTEMENTE DE UM TRANSPLANTE DE MEDULA!

É um teste simples, mas que pode salvar uma menina que tem a vida toda pela frente. O teste EM RECIFE é para ser feito no seguinte endereço:

HLA Diagnósticos (é uma instituição conveniada ao SUS para o acolhimento de doadores de medula óssea). Fica localizada na Rua Gonçalves Dias, 113, no bairro da Boa Vista, ao lado do Consulado Americano, telefone para contato (81) 3421-3387.

Aqui em JOÃO PESSOA pode ser feito no HEMOCENTRO DA PARAÍBA. O endereço é: Av. Dom Pedro II, 1826 - Centro e o telefone para contato é (83) 3218-7690.
Você pode ajudar de qualquer lugar do Brasil, pois o seu teste vai para o Banco de Dados NACIONAL. Basta procurar qualquer hemocentro da sua cidade e pedir para ser um doador de medula. Se, infelizmente, você não for compatível com a Aline, pense em quantas outras vidas você pode salvar com esse ato tão simples. Eu perdi três amigas para leucemia e não pude fazer a doação por ser menor de idade na época. Mas quero ajudar a Aline nessa luta. Fui hoje ao Hemocentro, mas os dias para doação são segunda, terça e quarta das 7h até 14h. Estarei lá segunda-feira bem cedo. Quem quiser ir é só deixar um recado pelo Orkut ( http://www.orkut.com.br/Main#Profile.aspx?uid=16454553699488321808 ) e combinamos direitinho. E quem quiser doar sangue também fique à vontade. Nosso banco de sangue está precisando desesperadamente de doações.


POR FAVOR, DIVULGEM E AJUDEM!

. http://www.youtube.com/watch?v=O8Vhhlg1HaE .

terça-feira, 2 de junho de 2009

Novo amor, há quatros anos duas perguntas não me saem da cabeça: 'POR QUE CARALHOS EU TENHO TANTA MÁ SORTE NO AMOR?' e 'POR QUE CARALHOS PROJETO MINHA VIDA COMO SE, PARA VIVER PLENAMENTE, EU PRECISASSE AMAR?'. Não digo amor de amigos. Desse eu não posso reclamar. Sou amada e sei disso. Eu falo desse amor louco, desgovernado, inconsequente e que faz tanta falta. Durante a madrugada fiz um balanço da minha vida amorosa dos últimos três ou quatro anos. Foram quatro namoros duradouros e dois que foram apenas erros de percurso. Não entenda isso como desprezo, certo? Digo isso porque eu e essas pessoas temos a consciência que deveríamos ter deixado ali, como começou, com a timidez e sorriso de canto de boca. Talvez teríamos a chance de ser amigas hoje em dia. Dos quatro namoros, um casamento. Não tão duradouro assim, mas que me tornou metade da pessoa que sou hoje. Me ensinou que, quando a gente quer, só consegue se a outra pessoa estiver disposta. Não adianta apressar, não adianta colocar os planos em prática sem antes saber o que a outra pessoa pensa. Ok! Isso me fez pensar o quão unilateral tem sido meus relacionamentos. Culpa minha. Culpa feia e toda minha. Eu te adianto que tenho essa mania de achar que todomundomeamatanto e que isso chega a ser patético. Voltando ao casamento. Perdão se estou exagerando com 'casamento', mas moramos juntas. Isso é casamento para mim. Falando nisso: você sabia que eu quero casar? Pois é. Quero! Eu sou daquelas românticas que sonham com casamentos, jantar à luz de velas e buquê de flores.

Não quero ser chata, nem tão pouco melosa demais. Se você já tiver achando esse texto chato e meloso, pode parar de ler por aqui, porque essa é a chave da coisa toda: eu sou chata e melosa demais. Eu tenho mil amigos! Daqueles que se pular da ponte, estão em baixo para me segurar. Mas eu sinto um vazio sem você, entende? Eu sei que boto expectativas demais onde não devo, mas se não fosse assim, o vazio ficaria maior. Eu sou um desastre, novo amor. Se você pegar a descrição das escorpianas vai dizer 'Thammis não nega o signo'. Mas esqueceram de me dar aquele poder de superar as coisas e ser extremamente auto-suficiente. Acho que ninguém é assim, certo? Todo mundo precisa de alguém. Amar é preciso, minha gente. Mas eu queria ter esse poder vezenquando. Alguns podem achar que reclamo de barriga cheia, mas eu sei que o que se passa aqui dentro. 'um encontro sem procura era tão inútil quanto uma procura sem encontro'. Eu só queria dizer que depois dessa madrugada decidi ser alguém melhor. Melhor para mim, melhor para você. Eu tenho dezenove anos e não preciso ficar me lamentando por te procurar e não encontrar.

Novo amor, quando você aparecer, saiba que darei meu mundo, minha vida e meu coração. Que consertarei seu coração rasgado. Que terás o carinho do mundo inteiro só para você. Não importa se você mora em João Pessoa, São Paulo, Recife, China... Não importa se terei que aguentar uma viagem de três horas só para ficar cinco minutos... Serei a mais zelosa, a mais honesta. Mas, por enquanto, querido novo amor, quero dizer que vou ser feliz. Para que quando você me encontre, minha felicidade seja tão grande que faça você esquecer seus problemas apenas com um sorriso. Para que você me encontre plena. Eu quero ser feliz, mas com você. Por isso, não demora muito para aparecer, tá? Te espero ansiosa.


Beijos e carinho sem fim...












(Texto antigo, mas ainda válido)

segunda-feira, 1 de junho de 2009

A duração da intenção


Eu fiz esse blog com a intenção de escrever todo santo dia. Estou sentada nessa cadeira, com uma xícara de café, pensando em como desviar esse texto do assunto que eu realmente gostaria de falar. Aliás, de gritar. Sei bem que blog é algo pessoal e que um bom texto é feito quando você escreve o que sente. Hoje não quero escrever sentimentos. Quem sabe amanhã... Hoje não!


Eu queria ter a capacidade de escrever historinhas com nomes fictícios e fazer dela a “concretização do pensamento”. Não consigo! Meus textos são pessoais demais. Duvido que você ache alguma frase pensada e que será usada por alguém. Prometo tentar, certo? Mas acho difícil que consiga. Na verdade, queria escrever sobre sentimentos. Mas tenho medo que vire um texto que vou guardar. Quando escrevo, afirmo certos pensamentos meus. Meio louco, mas funciona comigo. É o mesmo que chegar na frente do espelho, dar uma boa olhada e falar “SUA IDIOTA!”. Meus textos são amigos sinceros.


Não quero escrever e apagar daqui a 1h (se chegar a isso tudo). Mas tem uma coisa que queria deixar claro. Não entenda errado. Não teve nenhuma intimidade, nenhuma esperança, nenhum começo de história. Não quero te pressionar, muito menos impressionar. Mas uma coisa que não tive coragem de falar durante a madrugada de domingo, naquela cidade, naquele bar, naquela mesa...




- CARA, EU SOU A MULHER IDEAL PARA VOCÊ!




Também queria te dizer que essa é a última vez que te falo isso.

domingo, 31 de maio de 2009

Voltei, Recife...


Esqueci completamente de postar o texto de ontem. Estava prontinho, mas a pressa foi tanta que desliguei o computador e só lembrei no meio da viagem. Ele falava justamente disso. Ontem fui para Recife com alguns amigos. Para esquecer um pouco essa cidade, as pessoas (poucas, mas completamente desnecessárias) e ver algumas pessoas queridas. Matei a saudade, dancei, conheci pessoas incríveis. Gente, eu ri a noite TODA. Vai dizer que a viagem não valeu a pena?

Alguns momentos tensos, outros surpreendentes, mas o balanço foi é positivo. Não vou dar detalhes. Prefiro manter tudo guardadinho na minha cabeça. Um bom jeito de lembrar tudo com carinho, certo? Uma das noites mais divertidas da minha vida. Hoje o post vai ser pequeno e sem graça mesmo. Minha ressaca voltou para a minha vida e tenho que descansar. Amanhã a vida volta ao normal, né?


Obrigada pela noite, gente. Que venha dia 20...

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Um texto feliz para um amigo feliz




Ontem, conversando com meu amigo Gabriel, ele deixou escapar um pensamento que ficou rodando na minha cabeça: “Noto que escritas em blog são sempre meio deprimentes. Talvez esse seja o motivo pelos meus blogs não serem bons. Eu devia ser mais triste. Mas não consigo...”. Peguei rapidamente minha pasta de textos e me dei conta de que dos cinquenta textos que tenho trinta e cinco são tristes, rancorosos e estupidamente amargos. Hoje farei diferente, escreverei um texto felicíssimo. Um presente para mim, para você, caro leitor, para meus amigos e para o Gabriel.

Apesar da saudade que anda me atormentado (leia o post anterior), ando feliz. Bem feliz. E dessa vez a única culpada por isso sou eu. Há muito tempo que não sentia essa paz no coração, na alma. Hoje ninguém está indo embora, ninguém está traindo, ninguém está fazendo algo ruim. Estou solteira e vivendo muito bem com isso. Todo mundo sabe que gosto de namoros, compromissos, mas aprendi a ser mais exigente. Não sei se você me entende, mas posso dizer tomei vergonha na cara e resolvi me envolver apenas com quem tem algo para acrescentar. Ando ocupando meu tempo com o cursinho, algumas tentativas de fotografias, meus amigos, meus porres aos sábados e uma ou outra ida para um lugar diferente. Amanhã irei matar a saudade de uma amiga queridíssima que, apesar do pouco tempo, não me imagino sem nossas conversas. Estou assim: aproveitando a vida do jeitinho que posso.

Estou feliz, quase plena. Não tenho quase do que reclamar. Sério! Quem me conhece sabe que há séculos não me sentia assim. Sabe qual é minha maior alegria nisso? É que eu sou a responsável por isso. Isso sim é amadurecimento. Iria escrever milhões de linhas se eu fosse escrever todos os motivos da minha alegria, por isso deixarei apenas esse motivo principal. Claro que ainda quero alguém! Quero muito. Mas descobri que não preciso parar de viver ou ficar remoendo pelos cantos. Essa pessoa vai aparecer. Sempre aparece. Mas hoje, eu me basto, eu me faço feliz.

















(Gabriel, um texto feliz para você, meu amor. Não queira ser triste. Seja feliz, bem feliz)

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Quase “para uma avenca partindo”...





Hoje eu acordei com saudade. Hoje acordei com saudade do tempo que tinha minha casa, meu lugar, que pagava minhas contas. Saudade de ter um lugar para me esconder, um lugar para esquecer a vida, um lugar para chamar de meu. Acordei com vontade de ser aquela pessoa inconsequente e aventureira (pode chamar de irresponsável se quiser) que resolveu mudar para outra cidade completamente desconhecida, acreditando apenas na honestidade e na verdade das pessoas que conheceu. Dava tudo tão certo quando não pensava antes de fazer!
Não vá achando que esse texto é mais um expressando a falta eterna que sinto da São Paulo. Esse é um texto para expressar a saudade que sinto do que deixei lá. Amigos, amores e meu “espírito irresponsável”. Ele deve ter ficado numa lanchonete qualquer do Aeroporto de Congonhas, num banco qualquer do metrô, na Estação Paraíso ou perdido naquele karaokê que eu fui. Aliás, tenho quase certeza que ficou nele. Se alguém achar, favor devolver. Ele está fazendo falta. E muito.
Eu não sou boa moça. Nunca fui e nunca serei. Só que ultimamente uma onda de peso na consciência anda tomando conta de tudo que eu faço. “Ah, se eu fizer isso a conseqüência será essa, essa, essa, essa... não vale o risco”. Ok! Cadê aquele meu espírito aventureiro? Alguns podem chamar isso que amadurecimento, eu chamo de medo de viver plenamente e levar outra rasteira da vida. Se um dia pegar um avião e for embora (de novo), não achem que estou fugindo, não achem que é amor de menos. Nunca abandonei ninguém. Eu vou para onde me faz bem. Quer saber? Vou juntar minhas coisas e ir atrás do meu espírito. Aviso quando achar e caso isso demore, saibam que sempre estarei aqui. Eu sempre volto, vocês sabem.















































Nota da autora: desconheço o autor da foto, mas é uma das entradas/saídas da Estação Paraíso - SP